quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Mini-entrevista com o Eduardo Spohr





Olá, pessoal!
To meio sumido daqui, mas passei pra postar um "Q&A" com o escritor Eduardo Spohr, que foi muito gente boa em responder às perguntas apesar da correria!
Pra quem curte o cara e escrita em geral, recomendo os nerdcasts que ele indicou!
Um abraço, breve posto mais alguma coisa!
;)


Olá, Eduardo! Primeiro gostaria de agradecer a sua atenção, muito obrigado por ser tão educado e acessível, mesmo sendo um sujeito de sucesso como você é hoje! Que bom que não subiu à cabeça! Quando você topou fazer essa pequena entrevista, me peguei pensando em que tipo de perguntas poderia te propor que destoassem um pouco do que costumam te perguntar. Acabei decidindo pautar isso aqui de acordo com a proposta do blog, ao mesmo tempo que saciaria minha curiosidade, por ser também um escritor que almeja ser publicado.

Pois bem:


1) A escrita, apesar de ser uma expressão artística, é um ofício assim como qualquer outro.  Você possui uma metodologia de trabalho? O escritor Eduardo Spohr tem algum caguete, alguma mania para o trabalho fluir e render bem? Conte-nos um pouco sobre sua rotina de escritor.

R: Resumidamente, creio que o maior conselho é nunca desistir. Mas tem muitas outras dicas bacanas. Recomendo aos leitores darem uma escutada no NerdCast 215, onde falamos bastante sobre o assunto. Creio que gostarão:





2) Antes de "A Batalha do Apocalipse" estourar, quais eram as suas expectativas em relação ao livro? Qual era a sua visão de mercado literário para novos escritores? Após o enorme sucesso que o livro fez, você já lançou outra obra, "Os Filhos do Eden", se firmando como um nome no estreitíssimo rol de autores consagrados nacionais. Essa mudança de panorama afetou a sua opinião sobre o mercado literário nacional? O que o Eduardo Spohr "famoso" pensa que o Eduardo Spohr "desconhecido" não pensava?

R: Não tinha nenhuma expectativa não. Na verdade, achávamos até que não ia fazer grande sucesso. Foi uma surpresa quando vimos que o livro poderia agradar outros públicos além do nicho nerd. É claro que toda essa jornada me deu grande experiência, mas sou basicamente o mesmo de lá para cá.

3) Qual é a importância da Internet hoje na divulgação de um trabalho literário em sua opinião? Você acha que é uma ferramenta válida para autores completamente desconhecidos? Ou você acha que o fato de uma grande editora "vestir a camisa" do seu livro ainda é a melhor garantia de que sua obra vai vender (isso, é claro, considerando que a obra tenha de fato alguma qualidade)?

R: Com certeza. A internet é uma ferramenta útil para ajudar os novos escritores a expor seus trabalhos. A editora com certeza pode distribuir seu livro bem, mas quem deve falar diretamente com o seu publico é você mesmo, o próprio escritor – e a web permite isso.

4) Falemos sobre a "Jornada do Herói". Você ministra palestras sobre o tema e aborda em seu curso um cronograma basicamente em cima do modelo proposto por Joseph Campbell e difundido por Christopher Vogler. Esse modelo é muito usado por roteiristas de cinema e funciona, por apelar para o "inconsciente coletivo" ocidental, fazendo com que as boas histórias sigam um certo padrão (o que, ao meu ver, é uma afirmação bastante verdadeira!). Você utilizou a teoria de Campbell em seus livros? Qual é a dica que você dá para um escritor não acabar por fazer daquele modelo uma espécie de "fórmula da escrita perfeita"?

R: Eu nunca usei as fórmulas da Jornada do Herói de forma consciente em minhas historias. Mas o conhecimento delas pode ajudar sim os criadores em geral. Creio que quanto mais conhecimento, melhor. Mas a formula não faz mágica. Quem fará a beleza da obra é o artista. O jornada é como uma ferramenta – ela não opera sem o operador.

5) Você me contou em nosso primeiro contato que está focado na produção de um novo romance, chamado "Anjos da Morte". Se trata de um "fechamento" para uma "trilogia" acerca do tema que começou com "A batalha do Apocalipse? Depois de "Anjos da Morte", você irá abandonar o tema anjos/demônios? Fale-nos um pouco sobre a obra, eu, pelo menos, estou curioso!

R:  Sim, será lançado no começo de 2013. "Anjos da Morte" contará a história de Denyel ao longo do século XX, da Segunda Guerra à Queda do Muro de Berlim. Será o segundo livro da trilogia Filhos do Eden. O que farei depois, ainda não sei. Não parei para pensar ainda...

6) Pra finalizar, gostaria que você deixasse uma dica para novos escritores, sobre qual a melhor forma, no seu ponto de vista, de conquistar um lugar ao sol no disputado mercado editorial brasileiro. É melhor apostar em publicações independentes? Ou vale a pena ainda enviar originais para grandes editoras, que mal dão conta de receber milhares de manuscritos por dia? Que dica você, que já percorreu esse caminho, pode dar?

R: Essas dicas do podcast são as melhores que eu possa dar. Recomendo não só o NC 215, quanto o Papo na Estante #21: A Jornada do Heroi


Muito obrigado pela mini-entrevista, Eduardo! Parabéns pelo sucesso, ele é muito merecido! Estamos todos aguardando ansiosos por um novo título assinado por você!